ARISTÓTELES. Tópicos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. Coleção Os Pensadores.
Introdução
O trabalho acadêmico em questão visa
analisar a obra “Tópicos” do filósofo investigador,
experimentador, observador e sistematizador Aristóteles. O
autor nasceu em Estágira, uma colônia jônica localizada no reino
da Macedônia, no norte da Grécia. Cursou a Academia de Platão, em Atenas. Vindo
a substituí-lo. Foi o p preceptor de Alexandre, filho do rei Macedônio Felipe
II, fundando sua escola de fundamentação empirista opondo-se ao seu mentor racionalista (MARCONDES, 2001).
A
obra a ser tratada é parte de um dos seis trabalhos de Aristóteles coletivamente conhecidos
como Órganon. Um tratado sobre a arte dialética. A criação de
um método para
ensinar a argumentar acerca das questões propostas, partindo de premissas
prováveis, e a evitar quando um argumento é defendido que este seja
contrariado. Uma obra que se difere do que é desenvolvido em sua época e que se
torna elementar para a defesa de argumentos e teses mesmo nos nossos dias.
Principais teses desenvolvidas na obra
O
que se pode destacar com relação a obra é que sua premissa é conceitual. Os
conceitos desenvolvidos apontam para a formação de um modo aristotélico de se
desenvolver e/ou analisar um argumento de forma eficiente. Principia explicando
a formação do raciocínio. Afirma que é uma
"demonstração", que é "dialético", que
é"contencioso" ou "erístico; que os falsos raciocínios e afirma
mais uma vez seu caratês conceitual apontando que uma de suas intenções com a
grafia da obra em questão e a de “dar a definição exata de cada uma delas”.
Outro intento é o de pontuar o adestramento do intelecto, as disputas casuais e
as ciências filosóficas como fim desse pensamento filosófico.
Em seu fazer filosófico afirma que os argumentos
partem de "proposições", enquanto os temas sobre os quais versam os
raciocínios são "problemas". Delimita “definição” como uma frase que
significa a essência de uma coisa. "propriedade" como um predicado
que não indica a essência de uma coisa, e todavia pertence exclusivamente a ela
e dela se predica de maneira conversível; e "gênero" como aquilo que
se predica, na categoria de essência, de várias coisas que apresentam
diferenças especificas. Define ainda "acidente" como alguma coisa
que, não sendo nada do que precede e como algo que pode pertencer ou não
pertencer a alguma coisa.
Para
continuar em sua definição de identidade o autor aponta duas maneira de se
confirmar os elementos em questão: a indução e o raciocínio que para o autor, são espécies de argumentos dialéticos . Passa então a delimitar o que são os
predicados, ou as qualidades a serem analisadas e elas, segundo Aristóteles
são: Essência, Quantidade, Qualidade, Relação, Lugar, Tempo, Posição, Estado,
Ação, Paixão. Seu próximo passo é colocar em paralelo as definições de
"proposição dialética" e um "problema dialético", sua
necessidade parte da compreensão de que nem toda proposição e nem todo problema
podem ser apresentados como dialéticos.
A
descrição de seu método de fazer filosófico se desenvolve a partir dos meios pelos quais os raciocínios se dão, e são eles: O prover-nos de proposições;
a capacidade de discernir em quantos sentidos se emprega uma determinada
expressão; descobrir as diferenças das coisas; e a investigação da semelhança.
Para ele existem três grupos de proposições e problemas: éticas, as de filosofia natural e as lógicas. Sua averiguação se
posta sobre o fato deu que esses problemas são universais ou particulares.
Afirma ainda que os sujeitos que devem ter um, e apenas um, dentre dois
predicados e que não pode haver contradição. Uma coisa é o que ela é e não se
contradiz.
Apreciação crítica da obra
O pensamento Aristotélico se desenvolve de
forma sistemática e aborda temas, até seu tempo, nunca abordados. É precursor
da organização do discurso e até hoje se mantém relevante no que se refere a
defesa de uma proposição. Segundo Sproul (2002) sua relevância histórica se dá
por descrever a lógica e descrever seus fundamentos. Lógica essa que passa a
ser ferramenta fundamental para outras ciências. Srpoul (2002) afirma ainda
que, com relação ao desenvolvimento do pensamento de Aristóteles em sua obra,
que o que importa para a conclusão de um argumento é, em última instância, se
ele é válido ou não. Para isso desenvolve leis, como visto a cima, tais como a
da não contradição, que apontam para uma realidade única, base da lógica formal
que guia as ciências.
Em sua controvérsia com a escola anterior, ele
se como precursor de uma das grandes cismas da história da filosofia, sendo o
opositor da escola platônica e a grande referencia da escola empirista, como
nos afirma Marcondes (2001):
A influência de
Aristóteles na formação do pensamento ocidental — não apenas filosófico, mas
também científico, político, literário — foi imensa. O pensamento aristotélico
e o platônico constituíram de fato as duas grandes vias de desenvolvimento da
filosofia clássica, principalmente ao longo do período medieval, quando São
Tomás de Aquino se inspira em Aristóteles para desenvolver seu sistema tomista,
assim como Santo Agostinho havia se inspirado em Platão ao elaborar um
platonismo cristão.
Apesar de não se comparar ao Deus
Judaico-Cristão, o deus de Aristóteles abre a compreensão para a idéia de um
motor não movido, uma força impessoal que é a forma última da matéria e que
move o mundo pela a tração (SPROUL, 2002).
Por ser extremamente relevante para o desenvolvimento
lógico do raciocínio para a pregação da palavra, requisito que se espera de um
ministro (ANGLADA, 2005), a leitura e compreensão da obra Tópicos de
Aristóteles se faz necessária para a introdução ao tema.
Referencias Bibliográficas:
·
ANGLADA, Paulo. Introdução a Pregação
Reformada. Ananindeua: Knox, 2005
·
DUARTE, Glaucius Décio. Reflexões
sobre o ORGANON (V - Tópicos), de Aristóteles. Porto Alegre: PGIE/UFRGS, 2003.
Disponível em : <https://www.academia.edu/8490617/Reflex%C3%B5es_sobre_o_ORGANON_V_-_T%C3%B3picos_de_Arist%C3%B3teles>
Acesso em: 31/08/16.
·
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia dos pré-socráticos
a Wittgenstein Rio de Janeiro: ZAHAR, 2001.
·
SPROUL,
C. R. Filosofia para iniciantes. São
Paulo: Vida Nova, 2002.
·
Site
Pensador. Biografia de Aristóteles. Disponível em: http://pensador.uol.com.br/autor/aristoteles/biografia/ Acesso em: 31/08/16.
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