POPPER,
Karl. A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 2008.
Introdução:
Este
trabalho digna-se a analisar a obra “A Lógica da Pesquisa Científica” do
professor Karl Popper, com vistas a aprovação na matéria “Lógica” do curso de
Teologia do seminário João Manuel da Conceição.
Considerado
sucessor de Kant e Russell, Popper é mundialmente conhecido por sua obra
filosófica. Com obras traduzidas em várias línguas, pode-se destacar as que
foram traduzidas para o português como “A sociedade democrática e seus
inimigos”. Anti marxista é considerado Socialista por sua obra. Destaca-se,
também, na pesquisa nas áreas de lógica, metodologia das ciências sociais e
probabilidades, arvorando-se também em pesquisas metafísicas da teoria da
evolução.
A
obra é dividida em duas partes: Introdução a lógica científica; Alguns
componentes estruturais de uma teoria da experiência. A ideia geral do autor é
propor uma imersão inicial em conceitos e prática do fazer científico
apresentando bases de verificação e análise para pesquisa.
Principais teses desenvolvidas na obra:
O
autor inicia sua obra apontando problemas para as ciências empíricas em
oposição declarada ao fazer científico de sua época o método indutivo. O
problema da indução é foco de sua primeira abordagem. Pontua que o método da
indução é supérfluo e deve conduzir a incoerências lógicas e possui problemas
são intransponíveis.
Quanto a eliminação do psicologismo e pontua
que existe diferença entre Psicologia Empírica
e o foco do seu estudo, a lógica, para fazer uso dos termos na sua explanação
da abordagem dedutiva no fazer científico sem incorrer em confusão de termos.
Para ele a partir de uma ideia nova, formulada conjecturalmente e ainda não
justificada de algum modo – Antecipação, hipótese, sistema teórico ou algo
análogo – podem-se tirar conclusões por meio de dedução lógica. E demonstra os
quatro tipos de atitudes científicas para se chegar ao saber: Comparação lógica
das conclusões umas às outras, a investigação de forma lógica da teoria, a comparação
com outras teorias, e a comprovação da teoria por meio das aplicações
empíricas. Esse termos são eficiente para verificar até que ponto as novas
conseqüências da teoria respondem às exigências da prática. Mas quanto a esse
fazer científica analisa também o problema da demarcação, ou seja, o de se estabelecer
critério que nos habilite a distinguir entre as ciências empíricas bem como os
sistemas metafísicos.
Demonstra que esse processo falha ao traçar
uma linha divisória entre os dois sistemas de conhecimento o teórico e o da
experiência propondo um acordo ou convenção. Para a Popper uma hipótese deve ser testada, para ver se ela é verdade e que quando houver
qualquer coisa que a invalida, a hipótese não é mais válida. Por isso a teoria
da falseabilidade é abordada por ele como um divisor de águas na construção do
saber.
Defensor da ideia de que o conhecimento não é possível em sua completude
toda a sua obra se dispõe a provar a inviabilidade do método indutivo e sua
visão de que apesar de não servirem para se validar teorias elas serviriam para
corroborá-las. A medida em que as teorias passam pelos testes de validação,
elas adquirem maior credibilidade como descreve: “Proponho que se adotem regras
que assegurem a possibilidade de submeter a prova os enunciados científicos, o
que equivale a dizer a possibilidade de aferir sua falseabilidade” (pág. 51). Schmidt
e Santos (2007) afirmam que Popper diz “que o
empirismo confundia o problema da validade de uma teoria com a sua origem,
sustenta o ponto de vista de que esta última não é logicamente sistematizável,
além de ser irrelevante para determinar a validade ou veracidade da teoria”. Para
ele o positivismo apenas de inclinava sobre “Pseudoproblemas” ou charadas e que
as convenções da pesquisa empírica são diferentes da lógica pura.
Apreciação
crítica da obra:
A obra aponta grande contribuição no fazer
científico no que se refere a sua forma e foco. O foco da produção de conhecimento nos trabalhos científicos
se posiciona sobre métodos como pontua Oliveira (2002, p.57) afirmando que “o
método é, portanto, uma forma de pensar para se chegar à natureza de um
determinado problema, quer que seja para estudá-lo, quer seja para explicá-lo”,
Já Gil (1999) descreve a metodologia como “a arte de dirigir o espírito na
investigação da verdade, é o estudo dos métodos”. Nessa perspectiva, Teixeira
(2005, p.79) afirma que,
... A metodologia da ciência nos fornece uma explicação
sobre os paradigmas da ciência e suas superações, nos orienta sobre as
possibilidades de caminhos que podemos seguir para a construção do conhecimento
e nos dá pistas para compreendermos o que vem acontecendo com a pesquisa na
atualidade.
A opção pelo método de abordagem
deve emergir do objeto estudado e o objetivo do estudo, podendo valer-se tanto
do método indutivo, combatido por Popper, como do método dedutivo proposto por
ele. Suas críticas são válidas a época por afirmar que o “progresso científico demonstrou consistir, não em acumulação de
observações, mas em superação de teorias menos satisfatórias e sua substituição
por teorias melhores, ou seja, por teorias de maior conteúdo” (SCHMIDT e SANTOS, 2007). Ainda segundo Schmidt e Santos (2007) o autor “rejeita enfaticamente é o determinismo e a concepção segundo a qual tudo
o que acontece na história é fruto dos caprichos, vontades ou interesses de
algum grupo, camada ou classe social, econômica ou politicamente dominante”.
Isso dever considerada no combate ao maniqueísmo marxista na sua posição
materialista e histórica tendenciosa a eliminar qualquer outro elemento que não
as classes dominante na construção do saber.
Quanto à condição de se
inferir sobra à verdade é importante pontuar que o conhecimento é possível a partir de
que se considere a base do conhecimento em Deus. Deus é quem diz o que as
coisas são e Ele se dispõe a revelar ao homem o que Ele quer que conheçamos a
respeito de tudo. Ele também é o fim último de tudo, bem como origem de tudo,
como afirma Paulo “Porque dele, e por meio
dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11:16)
Referencias Bibliográficas:
A Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de
Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. Barueri: Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Métodos
e Técnicas de Pesquisa Social. 5. Ed – São Paulo: Atlas, 1999.
OLIVEIRA,
S. L. Tratado de Metodologia Científica: projetos de
pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. 2. ed. São Paulo:
Pioneira, 2002.
POPPER, Karl.
A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 2008.
SCHMIDT, P.;
SANTOS, J. L. O pensamento
epistemológico de Karl Popper. Porto Alegre: ConTexto v. 7, n. 11, 1º
semestre 2007.
Disponível
em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/ConTexto/article/view/11236/6639>.
Acesso em: 21/09/16.
TEIXEIRA, Elizabeth. As
três metodologias: Acadêmica, da ciência e da pesquisa. Rio de janeiro:
Vozes, 2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário