quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Resenha: A Lógica da Pesquisa Científica.

POPPER, Karl. A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 2008.

Introdução:
Este trabalho digna-se a analisar a obra “A Lógica da Pesquisa Científica” do professor Karl Popper, com vistas a aprovação na matéria “Lógica” do curso de Teologia do seminário João Manuel da Conceição.
Considerado sucessor de Kant e Russell, Popper é mundialmente conhecido por sua obra filosófica. Com obras traduzidas em várias línguas, pode-se destacar as que foram traduzidas para o português como “A sociedade democrática e seus inimigos”. Anti marxista é considerado Socialista por sua obra. Destaca-se, também, na pesquisa nas áreas de lógica, metodologia das ciências sociais e probabilidades, arvorando-se também em pesquisas metafísicas da teoria da evolução.
A obra é dividida em duas partes: Introdução a lógica científica; Alguns componentes estruturais de uma teoria da experiência. A ideia geral do autor é propor uma imersão inicial em conceitos e prática do fazer científico apresentando bases de verificação e análise para pesquisa.
Principais teses desenvolvidas na obra:
            O autor inicia sua obra apontando problemas para as ciências empíricas em oposição declarada ao fazer científico de sua época o método indutivo. O problema da indução é foco de sua primeira abordagem. Pontua que o método da indução é supérfluo e deve conduzir a incoerências lógicas e possui problemas são intransponíveis.
Quanto a eliminação do psicologismo e pontua que  existe diferença entre Psicologia Empírica e o foco do seu estudo, a lógica, para fazer uso dos termos na sua explanação da abordagem dedutiva no fazer científico sem incorrer em confusão de termos. Para ele a partir de uma ideia nova, formulada conjecturalmente e ainda não justificada de algum modo – Antecipação, hipótese, sistema teórico ou algo análogo – podem-se tirar conclusões por meio de dedução lógica. E demonstra os quatro tipos de atitudes científicas para se chegar ao saber: Comparação lógica das conclusões umas às outras, a investigação de forma lógica da teoria, a comparação com outras teorias, e a comprovação da teoria por meio das aplicações empíricas. Esse termos são eficiente para verificar até que ponto as novas conseqüências da teoria respondem às exigências da prática. Mas quanto a esse fazer científica analisa também o problema da demarcação, ou seja, o de se estabelecer critério que nos habilite a distinguir entre as ciências empíricas bem como os sistemas metafísicos.
Demonstra que esse processo falha ao traçar uma linha divisória entre os dois sistemas de conhecimento o teórico e o da experiência propondo um acordo ou convenção. Para a Popper uma hipótese deve ser testada, para ver se ela é verdade e que quando houver qualquer coisa que a invalida, a hipótese não é mais válida. Por isso a teoria da falseabilidade é abordada por ele como um divisor de águas na construção do saber.
Defensor da ideia de que o conhecimento não é possível em sua completude toda a sua obra se dispõe a provar a inviabilidade do método indutivo e sua visão de que apesar de não servirem para se validar teorias elas serviriam para corroborá-las. A medida em que as teorias passam pelos testes de validação, elas adquirem maior credibilidade como descreve: “Proponho que se adotem regras que assegurem a possibilidade de submeter a prova os enunciados científicos, o que equivale a dizer a possibilidade de aferir sua falseabilidade” (pág. 51). Schmidt e Santos (2007) afirmam que Popper diz “que o empirismo confundia o problema da validade de uma teoria com a sua origem, sustenta o ponto de vista de que esta última não é logicamente sistematizável, além de ser irrelevante para determinar a validade ou veracidade da teoria”. Para ele o positivismo apenas de inclinava sobre “Pseudoproblemas” ou charadas e que as convenções da pesquisa empírica são diferentes da lógica pura.



Apreciação crítica da obra:
A obra aponta grande contribuição no fazer científico no que se refere a sua forma e foco. O foco da produção de conhecimento nos trabalhos científicos se posiciona sobre métodos como pontua Oliveira (2002, p.57) afirmando que “o método é, portanto, uma forma de pensar para se chegar à natureza de um determinado problema, quer que seja para estudá-lo, quer seja para explicá-lo”, Já Gil (1999) descreve a metodologia como “a arte de dirigir o espírito na investigação da verdade, é o estudo dos métodos”. Nessa perspectiva, Teixeira (2005, p.79) afirma que,
... A metodologia da ciência nos fornece uma explicação sobre os paradigmas da ciência e suas superações, nos orienta sobre as possibilidades de caminhos que podemos seguir para a construção do conhecimento e nos dá pistas para compreendermos o que vem acontecendo com a pesquisa na atualidade.
            A opção pelo método de abordagem deve emergir do objeto estudado e o objetivo do estudo, podendo valer-se tanto do método indutivo, combatido por Popper, como do método dedutivo proposto por ele. Suas críticas são válidas a época por afirmar que o “progresso científico demonstrou consistir, não em acumulação de observações, mas em superação de teorias menos satisfatórias e sua substituição por teorias melhores, ou seja, por teorias de maior conteúdo” (SCHMIDT e SANTOS, 2007). Ainda segundo Schmidt e Santos (2007) o autor “rejeita enfaticamente é o determinismo e a concepção segundo a qual tudo o que acontece na história é fruto dos caprichos, vontades ou interesses de algum grupo, camada ou classe social, econômica ou politicamente dominante”. Isso dever considerada no combate ao maniqueísmo marxista na sua posição materialista e histórica tendenciosa a eliminar qualquer outro elemento que não as classes dominante na construção do saber.
            Quanto à condição de se inferir sobra à verdade é importante pontuar que o conhecimento é possível a partir de que se considere a base do conhecimento em Deus. Deus é quem diz o que as coisas são e Ele se dispõe a revelar ao homem o que Ele quer que conheçamos a respeito de tudo. Ele também é o fim último de tudo, bem como origem de tudo, como afirma Paulo “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11:16)

Referencias Bibliográficas:

A Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. Ed – São Paulo: Atlas, 1999.
OLIVEIRA, S. L. Tratado de Metodologia Científica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 2002.
POPPER, Karl. A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 2008.
SCHMIDT, P.; SANTOS, J. L. O pensamento epistemológico de Karl Popper. Porto Alegre: ConTexto v. 7, n. 11, 1º semestre 2007.
Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/ConTexto/article/view/11236/6639>. Acesso em: 21/09/16.

TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: Acadêmica, da ciência e da pesquisa. Rio de janeiro: Vozes, 2005.

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